A intervenção psicológica à distância não nasceu agora, fruto deste tempo excecional que vivemos, no qual a distância social se impõe como forma de proteção de todos.
A verdade é que este formato de intervenção existe há muito, sendo que na atualidade por força das circunstâncias se tem expandido a sua utilização.
Existem muitos estudos científicos no que toca à intervenção psicológica à distância que validam os seus resultados positivos, muitas vezes, idênticos à intervenção presencial, nomeadamente no que se refere ao modelo de intervenção cognitivo comportamental.
E nas crianças este formato à distância também é vantajoso?
Na realidade umas das razões mais valiosas para este formato à distância é que as crianças e adolescentes em acompanhamento psicoterapêutico não devem interromper a intervenção, sob pena de colocar em risco os progressos já efetuados e os objetivos terapêuticos ainda a alcançar. Assim como acontece na identificação e diagnóstico o tempo também é crucial para melhores resultados na intervenção.
É natural que possam existir algumas resistências no início deste formato à distância, mas pela nossa experiência são sobretudo os Pais que mais dúvidas e receios apresentam. Neste sentido, importa falar com o terapeuta da criança e adolescente, de modo a colocar todas as dúvidas e receios. Na realidade se o terapeuta considerar que este tipo de intervenção não é adequado para o seu filho vai dizer-lhe.
Alguns mitos relacionados com a intervenção psicológica à distância é que pode ser impessoal e até monótona.
A nossa experiência é que as crianças e adolescentes adeptos das novas tecnologias aderem muito facilmente e colaboram ativamente no processo.
A intervenção à distância agora mais alargada implicou também da parte dos terapeutas e profissionais de saúde maior criatividade e por isso existem já muitos materiais possíveis de recorrer neste formato de intervenção.
Por outro lado, as plataformas existentes para a intervenção à distância permitem a partilha de conteúdos com a criança e adolescente na sessão, a partilha de écran, a escrita, entre outras coisas que tornam também a sessão muito mais apelativa.
Importa garantir que a criança e o adolescente sintam que o espaço da consulta é privado, garantindo deste modo a confiança e privacidade da criança e do adolescente.
Por outro lado, importa referir que a intervenção psicológica à distância se regue pelos mesmos princípios éticos e deontológicos da intervenção presencial.
Num momento tão excecional como o que vivemos é natural que existam mais e maiores dificuldades e por isso mesmo é imperativo garantir que continuamos a cuidar da saúde mental e naturalmente da felicidade daqueles que mais amamos.
Sónia Serrão - psicóloga Clínica
Clínica Navegantes
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