A ansiedade é regra geral adaptativa, ajuda a lidar com situações difíceis, desafiantes e é absolutamente natural em muitos momentos e situações. O problema surge quando as preocupações e os medos dos jovens passam a afetar o seu funcionamento normal, a sua capacidade de concentração, o seu dia a dia, impedindo muitas vezes de realizarem algumas tarefas e atividades, nomeadamente com o receio de falhar, de não correr bem, o medo de experimentar coisas novas. Nesta altura, a ansiedade torna-se um verdadeiro problema na vida dos jovens transformando-os em jovens preocupados, podendo comprometer muitas esferas da sua vida, concretamente as suas relações com os pares, a aprendizagem, a sua felicidade. Importa também ter em consideração que a ansiedade e depressão andam muitas vezes de “mãos dadas”.
Devemos estar atentos a alguns sinais de alerta:
Muitos medos e preocupações Hipervigilância para tudo o que as rodeia Evitar novas situações e tarefas Necessidade intensa de se sentir segura, de saber se vai correr tudo bem. Perfecionismo Medo de falhar, de não ser capaz. Pensamentos de antecipação de insucessos- “Não vou ser capaz, não vai correr bem, vou falhar. Vou errar.” Perturbarem-se com facilidade com pequenas mudanças e incertezas. Problemas ao nível dos padrões de sono. Sintomas físicos, por exemplo, excessiva tensão muscular, dores de cabeça, tonturas. Receio de ser avaliado pelos outros de forma negativa Baixa autoconfiança. Ansiedade excessiva em situações de avaliação, acompanhada de pensamentos de conteúdo negativo. Sentimentos de culpa e frustração Alterações de humor frequentes.
Sempre que os medos e preocupações dos jovens persistam durante um período alargado de tempo e afetem o seu funcionamento devem ser objeto de avaliação especializada. As perturbações da ansiedade são o problema de saúde psicológica e mental mais comum e as crianças e jovens com ansiedade, sem intervenção adequada apresentam um risco acrescido de desenvolverem perturbações na idade adulta.
Sónia Serrão - Psicóloga Clínica